
Após uma enorme confusão e um empurra-empurra que se formou quando o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), caminhava para sentar na sua cadeira de principal dirigente da Mesa Diretora daquela Casa legislativa, na noite desta última quarta-feira, 6 de agosto, depois de horas de negociação para que a bancada bolsonarista liberasse os assentos que ocupava desde terça-feira, 5 de agosto, como protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), o deputado Nicholas Ferreira (PL-MG) acusou a deputada Camila Jara (PT-MS) de lhe dar uma cotovelada – o que fez ele se jogar no chão reclamando de dores.
De acordo com a parlamentar do PT de Mato Grosso do Sul, “o ocorrido durante a retomada do presidente Hugo Motta ao plenário, após a invasão de bolsonaristas”, aconteceu após ela reagir “às pressões que sofreu pela multidão de parlamentares, em sua maioria homens” e que diante disso, ela vem sofrendo “injustamente” uma campanha acusatória e de “ódio” na internet por ter “nocauteado” o parlamentar bolsonarista mineiro.
“Na quarta-feira, os trabalhos da sessão legislativa foram impedidos por um grupo de parlamentares extremistas. Ao final da sessão, a deputada Camila Jara se aproximou da cadeira da presidência, enquanto o presidente Hugo Motta se levantava, e com o empurra-empurra acabou esbarrando no deputado federal Nikolas Ferreira. No entanto, a deputada, com 1,60 metro de altura, 49 quilos e em tratamento contra um câncer, foi injustamente acusada de ter nocauteado o parlamentar com um soco”, informou em nota a assessoria da petista.
“[A parlamentar reagiu] ao empurra-empurra da mesma forma que qualquer mulher reagiria em um tumulto, quando um homem a pressiona contra a multidão. Não houve soco ou qualquer outro ato de violência deliberada, como alardeado nas redes sociais por publicações direcionadas. O resultado dessa campanha de perseguição foram centenas de comentários ofensivos e ameaças à integridade física e até mesmo à vida da parlamentar, que precisou acionar a Polícia Legislativa. A escolta policial será solicitada também no Mato Grosso do Sul para garantir a segurança das atividades parlamentares no estado”, complementa a nota da assessoria da deputada sul-mato-grossense.
“Reforço que não serei intimidada pelo ódio dos que desrespeitam a democracia. A coragem e o diálogo são marcas do meu trabalho como parlamentar, que jamais se acovardará diante das injustiças. Não me intimidarão com seu ódio. O diálogo segue sendo marca de meu trabalho”, comentou Camila Jara.
A deputada Bia Kicis (PL-DF), que também estava no local, afirma que viu a colega petista desferir a agressão contra Nikolas Ferreira. Segundo a bolsonarista brasiliense, procuradora aposentada, “é assim que funciona na esquerda: se não conseguem o que querem, partem para a violência”. A mesma fala também foi feita por Nikolas: “a esquerda age assim: te agride quando ninguém está vendo”.
(Por Humberto Azevedo)