
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) travaram o trânsito durante horário de pico, em Cuiabá, nesta terça-feira (22). Eles se concentraram na rotatória entre as avenidas Fernando Corrêa da Costa e Beira Rio, duas das mais movimentadas da cidade, em “adesivaço” contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e defesa do ex-chefe do Executivo, que está monitorado por tornozeleira eletrônica.
A reportagem do GD esteve no local e encontrou o trânsito travado por vários quilômetros, no trecho que já é crítico.
Com carro de som e faixas, alguns manifestantes incentivavam os motoristas a buzinarem em apoio ao ex-presidente.
O ato estava marcado para começar às 17h, mas até as 18h havia poucas pessoas no local. Políticos bolsonaristas que convocaram eleitores a participar não estavam no ato enquanto a reportagem cobria a manifestação.
“É para defender a nação que estamos aqui. Não vamos aceitar o que estão tentando fazer. Todo mundo para a rua, fora Lula. Este aqui é um esquenta para o dia 3, quando haverá parada nacional. É pra chamar a atenção do povo sobre a ditadura que está sendo imposta no Brasil hoje”, disse o pré-candidato a deputado Federal, Vilmar Rigo, conhecido como “Bolsonaro da Shopee”.
Para o apoiador, as medidas aplicadas ao ex-presidente são exageradas e o golpe está sendo aplicado desde a eleição de 2022, quando o liberal foi derrotado por Lula nas urnas. O manifestante ainda afirma que o ex-presidente irá concorrer nas eleições do ano que vem e a direita insiste na votação com voto impresso.
No momento, o ex-presidente está inelegível por 8 anos devido a condenações por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros. A contagem da pena começou em 2022.
O vereador Escobar (PL), de Tangará da Serra, foi um dos poucos políticos presentes no ato.
“Em 2026, uma eleição sem Bolsonaro não é uma eleição. Eu arrisco a dizer que sem a direita, o próprio Estados Unidos não vai reconhecer a nossa eleição. Essa medida do Trump é culpa do Lula. Foi ele que criou o Brics, quem vai querer uma moeda para concorrer com ela. Muita ingenuidade achar que eles não vão apertar o Brasil. Enquanto acontece tudo isso no Brasil, o Eduardo Bolsonaro está lá lutando para que a gente possa se expressar”, argumentou o vereador.
Para ele, o “tarifaço” de Trump deve ser ainda maior que os 50% anunciados e a medida para pacificar a situação é o presidente Lula recuar.
O ex-presidente da Aprosoja Antônio Galvan estava no ato e afirmou eu a manifestação é pacífica em defesa de Bolsonaro. Para ele, não comprovação nenhuma de participação no “famigerado golpe”.
“Isso é um absurdo. É o princípio da condenação de um inocente”, avalia Galvan sobre o uso de tornozeleira por Bolsonaro.
Uma mobilização nacional em defesa do ex-presidente está marcada para o dia 3 de agosto.