O registro da mãe bandicoot ao lado de seus três filhotes foi capturada no dia 22 de julho de 2024, embora só tenha sido compartilhado no mês passado — Foto: Australian Wildlife

Ecologistas na Austrália tiveram uma surpresa adorável ao analisar as imagens capturadas por suas câmeras instaladas na Área de Conservação Estadual de Pilliga, a cerca de 417 km de Sydney. Entre milhares de fotos, eles encontraram uma em que aparece uma fêmea de bandicoot ao lado de seus três filhotes, captada em 22 de julho de 2024.

Esses marsupiais de pequeno a médio porte, com hábitos predominantemente noturnos, eram considerados extintos há mais de 150 anos. A informação foi divulgada pela ONG Australian Wildlife Conservancy (AWC), que lidera os esforços de preservação na região, em comunicado publicado no dia 27 de junho.

Conservação do animal

Especialistas ouvidos pelo jornal Miami Herald chamaram a foto de “joia rara e inspiradora”. Eles lembram ainda que o resultado deriva de um esforço extremo que os conservadores tiveram para garantir a sobrevivência das espécies no local.

A reintrodução do animal começou em agosto de 2023, e foi conduzida pela AWC como parte de um programa para restaurar pelo menos seis mamíferos regionalmente extintos em uma região de 5.800 hectares livre de predadores selvagens.

Maisie Duffin, ecologista da organização, disse que o retrato da família dos bandicoots é um dos muitos sinais de que a população está bem. “Definitivamente alegrou o nosso dia ver a foto dos três jovens bandicoots correndo para acompanhar a mãe”, afirma Maisie. “Além de ser completamente adorável, o registro nos deu grande confiança de que os bandicoots estão se reproduzindo e que a população na Pilliga está crescendo”.

Kristal Jollie (ecologista de campo), Brad Thompson (oficial de gestão de terras) e Andrew Harvey (oficial sênior de gestão de terras) observam a Dra. Jennifer Anson (ecologista sênior) soltar um bandicoot de Shark Bay na área cercada de 5.800 hectares da Área de Conservação Estadual de Pilliga, livre de predadores selvagens — Foto: Brad Leue/AWC
Kristal Jollie (ecologista de campo), Brad Thompson (oficial de gestão de terras) e Andrew Harvey (oficial sênior de gestão de terras) observam a Dra. Jennifer Anson (ecologista sênior) soltar um bandicoot de Shark Bay na área cercada de 5.800 hectares da Área de Conservação Estadual de Pilliga, livre de predadores selvagens — Foto: Brad Leue/AWC

População de bandicoots

Cerca de 66 bandicoots-de-bougainville (Perameles bougainville) faziam parte da coorte original liberada para a Pilliga. Antes de sua chegada, o grupo estava ausente da natureza no noroeste de Nova Gales do Sul por mais de 150 anos, levado à extinção principalmente devido ao impacto de predadores introduzidos, como gatos e raposas.

Durante uma pesquisa de captura pós-reintrodução em agosto do ano passado, os ecologistas capturaram 85 bandicoots, 44 dos quais nasceram em Pilliga. Embora a maioria fosse adulta, mais da metade das fêmeas (68%) atraídas por iscas de manteiga de amendoim, aveia e peixe estava em condições de reprodução – um ótimo sinal de adaptação ao novo ambiente.

Os ecologistas continuarão monitorando os bandicoots nos próximos anos para acompanhar o status e a trajetória da população. A equipe também espera capturar mais fotos dos grupos por meio da instalação permanente de câmeras com sensores de movimento na área cercada.

(Por Arthur Almeida)