
Após mais de oito décadas desaparecido, um mosaico romano roubado durante a 2ª Guerra foi devolvido esta semana ao Parque Arqueológico de Pompeia, na Itália. A peça é original da cidade soterrada pela erupção do Monte Vesúvio ou de seus arredores, e estava sob a posse de uma pessoa na Alemanha.
Sobre uma placa quadrada de travertino (um tipo de calcário) e ilustra um momento íntimo de um casal. É possível identificar no quadro um homem deitado em uma cama, enquanto uma mulher está de pé, de frente para ele e de costas para os observadores. O braço direito do homem estende-se em direção à mulher, como se estivesse prestes a deixar cair algo em sua mão estendida.
Especialistas ouvidos pela agência Associated Press sugerem que a obra provavelmente data entre o século 1 a.C. e o século 1 d.C, e pode ter sido incrustada no chão de um quarto. Enquanto o período helenístico (do século 4 ao 1 a.C.), exaltava a paixão de figuras mitológicas e heroicas, o movimento artístico posterior é mais caracterizado pela retratação do amor doméstico. Veja:
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Histórico da peça
s indicam que o objeto foi dado por um capitão da Wehrmacht (o exército da Alemanha nazista) que era responsável pela cadeia de suprimentos militares durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Assim que o presenteado morreu, seus herdeiros entraram em contato com a Proteção do Patrimônio Cultural da Itália para devolver a arte roubada.
Ao analisar o item em detalhes, arqueólogos e curadores especializados em arte antiga conseguiram rastrear a descoberta até a área de Pompeia. “Cada artefato saqueado que retorna é uma ferida que se cura. Ela não reside tanto no valor material da obra, mas em seu valor histórico; severamente comprometido pelo tráfico ilícito de antiguidades”, indica Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia.
Não se sabe ainda a procedência exata do artefato e, devido à falta de acesso a documentos escritos em Pompeia, provavelmente achar essas informações será uma tarefa difícil. Apesar disso, a ideia da equipe responsável pelo sítio arqueológico é conduzir estudos arqueométricas adicionais para reconstruir sua história.
“O estudo, o conhecimento e o desfrute público desse patrimônio são as flores de lótus que crescem na lama dos roubos motivados pela ganância e pelo egoísmo daqueles que roubam artefatos arqueológicos da comunidade”, observa Zuchtriegel. Enquanto aguarda novas pesquisas, o painel será conservado no Antiquário do Parque de Pompeia, onde o público geral poderá ter a oportunidade de vê-lo em exposição.
(Por Arthur Almeida)

