
Arqueólogos da Universidade Federal da Sibéria encontraram o local de sepultamento de um nobre guerreiro do povo cita do século 6 a.C.. Localizada às margens do rio Kem, em Krasnoyarsk, na Rússia, a descoberta traz diversos artefatos e novidades sobre a cultura cita.
Na tumba, a equipe encontrou um cinto ornamentado, uma fivela em forma de cabeça de carneiro, um espelho de bronze e elementos de arreio de cavalo. Esses itens sugerem que o guerreiro em questão era da elite do povo cita.
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Na Cítia, tanto homens quanto mulheres podiam se tornar guerreiros. Os achados, no entanto, indicam que aquele era o local de sepultamento de um homem.
A cultura cita floresceu entre os séculos 7 e 3 a.C. e dominou partes da Eurásia. Os citas eram um povo nômade, que se movia por meio de suas carroças e cavalos. Eles ficaram conhecidos por serem bons cavaleiros e arqueiros: seus pequenos arcos permitiam que atirassem de cima dos cavalos, usando suas espadas para atacar seus adversários.
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Descobertas
Entre os artefatos, os pesquisadores encontraram um chekan, um machado de guerra de ferro. Segundo Pavel Mandryka, chefe do Laboratório de Arqueologia de Yenisei Sibéria, essa arma é rara para a época, revela o site Arkeonews: “O chekan tinha uma ponta afiada desenvolvida para atravessar a armadura. Um item como este ressalta o alto status do guerreiro”.
Acontece que o ferro só se tornou um material comum na Sibéria cinco séculos depois, o que sugere que o guerreiro em questão era privilegiado o suficiente para ter acesso a redes de troca ou migrou para a região do sudeste, passando zonas mais modernas.
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A descoberta do chekan acrescenta uma nova camada de complexidade ao que se sabia até então sobre o arsenal cita. Diferente das espadas e as flechas, que cortam e atingem armaduras, o machado de guerra foi feito para o uso com força bruta. Segundo os arqueólogos, a ponta afiada do chekan poderia estilhaçar capacetes e armaduras, sendo uma ferramenta prática que demonstra autoridade.
Outros artefatos reforçam essa ideia. É o caso do cinto: decorado com placas de bronze, este seria um marcador visível do ranking do guerreiro. Já a fivela em forma de cabeça de carneiro evoca virilidade, enquanto os elementos de arreio de cavalo enfatizam o laço entre os guerreiros citas e seus corcéis — os animais não eram vistos apenas como meio de transporte, mas como companheiros de batalha, muitas vezes enterrados com os cavaleiros para irem com eles para o pós vida.
(Por Redação Galileu)